Este é o último texto da série de análise sobre palestras do FISL 11, e vou relacionar outras palestras que assisti, algumas das quais nem esperava nada e até me surpreenderam.
A palestra sobre GED do TCM-CE foi interessante, pois o Ricardo desmistificou a idéia de que GED é algo altamente complexo e que requer uma série de mudanças drásticas na forma de trabalho da organização, embora sua definição de GED seja, na minha opinião, muito simplista, já que não considera, em princípio, as questões de tramitação eletrônica de documentos, algo que acredito deva ser ponderado. De todo modo, com o uso do Apache Lucene, PostgreSQL e JOD Converter, eles fizeram um trabalho de digitalização de documentos e divulgação de informações que serve de exemplo para muitas instituições.
Outra palestra interessante foi sobre SELINUX, em que o Alex comentou sobre o Orange Book, que estabelece a classificação de segurança para sistemas, as famosas classes A, B, C e D, e citou algumas ferramentas interessantes para auditoria, como SEAudit e SECAudit.
A palestra do Job, sobre tradução em larga escala, foi surpreendente pois revelou que a melhor ferramenta de tradução de todos os tempos da última semana é... o Calc (não vou dizer que pode ser o Excel também porque o post é sobre software livre). E a justificativa é porque fica muito melhor organizar os textos numa planilha, facilitando a ordenação dos termos/frases e o reaproveitamento das traduções já feitas. Em outras palavras, facilita o copiar/colar. O problema é a necessidade de criar um esquema de índices para identificar que frase veio de que arquivo e, possivelmente, a ordem dos termos. E para os casos de traduções a muitas mãos, o Google Docs seria uma opção muito interessante, já que facilita a colaboração.
A palestra do John Maddog Hall sobre o
Projeto Cauã mostrou como é viável economicamente uma estrutura baseada na utilização e fornecimento de suporte a soluções com software livre.
Outro tema interessante de palestra foi o
LTSP-Cluster, um projeto que visa prover um gerenciamento centralizado para ambientes baseados em Thin Clients.
A temática da publicação de dados pelo governo foi tratada pela palestra sobre Dados abertos na web, em que o palestrante defendia a idéia de uma maior transparência a partir da divulgação de dados "brutos" pelas instituições do governo, permitindo que a comunidade desse a visão e o tratamento aos dados que fosse mais útil à sociedade, não ficando à mercê de filtragem e "maquiagem" dos dados disponibilizados. O tema será discutido no CONSEGI que se aproxima e há exemplos de iniciativas do tipo em diversos países, como Inglaterra e EUA.
Outra palestra interessante e reveladora foi sobre desenvolvimento de "plasmoids", em que o meu amigo Sandro demonstrou como criar os widgets utilizados no KDE para fornecer todo tipo de informação, revelando como está fácil desenvolver aplicações atualmente, com frameworks e todo tipo de facilitadores disponíveis para aumentar a produtividade e diminuir a curva de aprendizado. Neste caso específico, é possível desenvolver em javascript, C++ e outras opções estão previstas.
Finalmente, uma palestra que me surpreendeu pelo fato de que eu já havia testado o Cygwin, mas não via muita aplicação prática dele exceto em casos muito específicos, foi a palestra do Ricardo, sobre como usar o Cygwin e fazer o Windows te obedecer. Por isso estranhei quando ele mostrou como uma Universidade do Rio utilizou o Cygwin para trazer o poder dos comandos do Unix ao ambiente dos laboratórios, aumentando o controle sobre as configurações dos equipamentos e facilitando atividades como renomear máquinas, apagar arquivos e realizar outras tarefas de manutenção automaticamente. Certamente haverá quem diga que seria possível fazer isso com algumas ferramentas gratuitas para Windows e outras do Resource Kit, mas tenho certeza de que eles tiveram suas razões para utilizar o Cygwin.