1 - Mudanças no DRS
A funcionalidade de balanceamento de carga foi aprimorada. Alguns parâmetros de configuração avançados têm sido adicionados a cada nova versão, mas uma em especial vale a pena mencionar: LimitVMsPerESXHostPercent.
Antes de detalhar este parâmetro, é importante falar de outro, introduzido na versão anterior: LimitVMsPerESXHost. Este parâmetro permite definir a quantidade máxima de VMs que um host deve executar. Simples, não é ? É, mas também é limitante, pois se a quantidade total de VMs no ambiente cresce, este valor precisa crescer também, correto ? É aí que entra (!) o LimitVMsPerESXHostPercent.
O novo parâmetro permite definir, ao invés de um valor fixo, um percentual de VMs no ambiente que um host pode executar. Pra ser mais correto, a conta é a seguinte: cada host pode executar M + %M, onde M é a média de VMs por host no ambiente, e % é o valor do parâmetro. Assim, se a quantidade total aumenta, o parâmetro automaticamente reflete isso.
Exemplificando: se o ambiente tem 16 VMs e 4 hosts, e o valor do parâmetro é 50%, cada host pode rodar 4 (M -> 16/4) + 0.5x4 = 6 VMs. Se o ambiente cresce pra 40 VMs, cada host agora poderá rodar 10+0.5x10 = 15 VMs.
Outra novidade interessante é que a configuração de VMs sensíveis a latência, introduzida também na versão anterior, é tratada de forma mais adequada ao que se propõe. Esta configuração indica que uma VM hospeda uma aplicação cujo tempo de resposta é crítico, e por isso uma operação como vMotion pode prejudicar seu funcionamento, e só deve ser feita se realmente necessário.
Anteriormente, esta configuração simplesmente não era respeitada pelo DRS, e VM poderia ser migrada em qualquer situação de desequilíbrio do balanceamento de carga entre os hosts.
Agora, esta configuração (
que pode ser feita via Web Client) é, digamos, mais respeitada, sendo considerada uma regra
soft de afinidade, o que significa que a VM só será migrada em último caso.
Para mais informações sobre novidades no DRS, confira o
Yellow Bricks.
2 - Mudanças no HA
Não houve nenhuma mudança drástica no HA, ao contrário do lançamento do vSphere 5, quando o componente de alta disponibilidade foi totalmente redesenhado. Mas há uma novidade em especial que pode ser bem útil. O parâmetro das.respectVmVmAntiAffinityRules permite indicar que as regras de afinidade entre VMs devem ser respeitadas.
Isto é especialmente útil num cenário em que haja mais que 2 hosts no cluster, e haja regra(s) de afinidade indicando VMs que devem estar em hosts distintos por contingência (imagine dois servidores de diretório rodando num mesmo host, e o host falha!).
Nesta situação, caso um host falhe (restam dois, portanto) e a configuração esteja definida como true, a regra de afinidade será respeitada, e caso uma das máquinas estivesse rodando no host que falhou, ela seria alocada no host distinto do que hospeda a outra VM afetada pela regra. Ou seja, não há o risco de as duas VMs de autenticação serem hospedadas no mesmo host.
Mas é importante frisar que, neste cenário, caso haja a falha de um outro host (restando um, portanto), a regra de afinidade continuará a ser respeitada, fazendo com que uma das VMs de autenticação não seja reiniciada automaticamente pelo HA. Por isso, utilize este parâmetro com cuidado.
3 - vCenter Appliance menos limitado
Outra mudança bem vinda diz respeito à redução das limitações do vCenter Appliance, que fornece uma alternativa para quem prefere ou precisa usar um servidor Linux para o vCenter.
Agora o appliance permite gerenciar até 100 hosts e 3000 VMs, um enorme salto em relação ao limite anterior, de 5 hosts e 50 VMs.
Outras melhorias "menores" dizem respeito ao suporte a drag and drop, cluster de banco de dados e OS X.
4 - vFlash
Esta eu achei sensacional! O vSphere Flash Read Cache (Tabajara :), vFlash pros íntimos, permite utilizar o disco local (SSD) do host como cache para leitura de dados, evitando o acesso ao storage.
Acho que isso pode ser motivo suficiente para investir em discos SSD no host, a depender do volume de acessos, é claro. Mas considerando a tendência inevitável do uso de discos SSD, acredito que, na pior das hipóteses, este recurso oferece mais uma alternativa a ser considerada pela empresa quando chegar a hora de investir nesta tecnologia de armazenamento. E, pra quem já investiu, certamente é uma ótima notícia, afinal representa mais uma possibilidade de justificar o investimento.
5 - Virtual SAN
Esse é "O RECURSO"! O Virtual SAN, VSAN, ou ainda vCloud Distributed Storage, é um sistema de armazenamento de dados distribuído e integrado ao hypervisor.
O VSAN permite utilizar a capacidade e desempenho do armazenamento local dos hosts para criar uma SAN estupidamente simples de gerenciar. Se o cluster cresce, a capacidade e desempenho da SAN vai junto. Perfeito, não é mesmo ? Mais ou menos.
Infelizmente, nem tudo são flores. Para ativar o recurso (basta criar uma rede VMkernel pra ele e habilitar uma opção!), é necessário que os hosts que participarão da SAN (como fornecedores) possuam pelo menos um disco SSD e outro comum.
Agora faz mais sentido pra mim a idéia de ter o ESXi pré-instalado num disco SSD do servidor.
Quando li sobre o recurso, fiquei pensando se ele não foi inspirado de alguma forma pelo
CEPH. Será? (
Open Source Rulez!)
E então, o que acharam das novidades ?
Deixem suas impressões (não as digitais :)!
Update!
Bônus - Application HA
Eu devia ter incluído este item na lista, pois é uma das novidades mais interessantes da última versão da suite da VMware. A rigor, o recurso já existia, mas foi aprimorado de uma forma que tornou ele realmente útil.
A idéia de monitorar aplicações não é nova, e como costumo dizer em
treinamento, um dos maiores ganhos ao virtualizar o ambiente é o conhecimento maior sobre as cargas de trabalho e utilização de recursos pelas aplicações/serviços, já que toda solução de virtualização oferece recursos de monitoramento do desempenho que são fundamentais para o melhor gerenciamento do ambiente virtualizado.
Com a aquisição da Hyperic, a VMware completou o quebra-cabeça do App HA, e deixou de depender de ferramentas de terceiros pra fazer o monitoramento de aplicações. Agora, a Big V de Palo Alto passa a oferecer a solução completa, do monitoramento à recuperação de falhas, não apenas para hosts e VMs, mas também para aplicações críticas do negócio.
A implementação é relativamente simples: dois appliances virtuais, um pro monitoramento de aplicações (Hyperic), outro para gerenciar o processo todo (monitoramento e recuperação), e pronto.
O App HA é uma novidade muito bem vinda na medida em que a integração maior de mecanismos de monitoramento e recuperação de falhas em aplicações e serviços é uma evolução natural dos recursos de monitoramento de hosts e VMs comuns às soluções de virtualização e computação em nuvem.
Mais detalhes com o
Elias Khnaser, outra "sumidade" em virtualização.