quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Chegou o VMware vSphere 6 - isso muda tudo ?

A VMware finalmente lançou a tão aguardada versão 6 da suite de virtualização mais usada no mundo. E que lançamento! Que versão!

Vejamos as novidades.

Novos limites de configuração

A VMware parece fazer questão de manter números impressionantes quando se trata de configurações suportadas, seja em relação a hosts, máquinas virtuais ou recursos como processamento e memória. Vejamos os novos números.

  • 64 hosts por cluster;
  • 8000 VMs por cluster;
  • 480 CPUs por host;
  • 12TB de memória por host;
  • 2048 VMs por host;
  • 128 vCPUs por VM;
  • 4TB de RAM por VM.

vMotion de longa distância

VMware vSphere 6 - vMotion
Um dos recursos que mais me chamou a atenção, e que vamos abordar sob outro ângulo mais adiante, é o vMotion de longa distância, que permite a migração de máquinas virtuais "a quente" para sites remotos, por exemplo, ampliando as possibilidades de distribuição de serviços, flexibilizando as opções de Disaster Recovery, dentre outros benefícios.

Além disso, agora vai ser possível fazer vMotion entre diferentes servidores vCenter, e ainda com suporte ao Microsoft Cluster (inclusive RDM!).

Fault Tolerance multi-processador (SMP)

Outra novidade das mais importantes, na opinião deste blogueiro, é a remoção (pelo menos em parte) das gravíssimas limitações do Fault Tolerance, que agora permite proteger com tolerância a falhas, máquinas virtuais com até 4 processadores e 64 GB de RAM, o que deve fazer com que o recurso passe a ser usado efetivamente por um número significativo de clientes, preenchendo uma lacuna importantíssima em termos de funcionalidade da solução, e aumentando a vantagem da VMware em relação à concorrência.
Comparação entre o VMware vSphere FT 5.5 e 6.0
Comparação entre o FT 5.5 e 6.0

Virtual Volumes

VMware vSphere 6 Virtual Volumes

Pelo que entendi, este recurso deve permitir utilizar (qualquer) storage de forma mais integrada com o ambiente virtualizado, ou seja, o storage vai gerenciar o armazenamento das máquinas virtuais, e não mais o software de virtualização.

Pra que isso funcione há uma série de requisitos, em especial o suporte a containers de armazenamento e à API VASA. Os containers são usados pra armazenar informações de cada VM separadamente (VMDKs, snapshots, etc) e a API delega as operações de armazenamento pro storage, liberando o host.

Outro ponto importante é que as políticas de armazenamento agora podem ser aplicadas por máquina virtual, e não mais por unidade de armazenamento (datastore).

Há quem ache que esta é a principal funcionalidade da nova versão da suite, mas não estou certo disso.

Outras novidades

  • vCenter Single Sign On (SSO) agora é uma plataforma multi-serviços que integra autoridade certificadora, armazenamento de certificados, registro de serviços e o SSO);
  • vCenter Server Appliance agora suporta até 1000 hosts e 10.000 VMs;
  • Suporte ao sistema de arquivos NFS 4.1 com autenticação Kerberos e suporte a recuperação de erros e multipath;
  • Suporte ampliado ao IPv6, incluindo iSCSI, NFS e VMFS;
  • Content Library é o novo conceito que consiste num repositório de templates, imagens ISO, vApps e scripts;
  • Gerenciamento baseado em políticas para provisionamento de VMs baseada em funcionalidade e capacidade, alocação inteligente, monitoramento de aderência a políticas e remediação automática, dentre outras novidades;
  • Suporte ao Storage I/O Control (SIOC - QoS para acesso a armazenamento) e Network I/O Control (NIOC - QoS para priorizar tráfego das VMs) por máquina virtual;
  • Até 8TB e 800 VMs por VMware Data Protection (VDP) Appliance, e backup de aplicação para SQL Server, Exchange e Sharepoint;
  • Melhorias de segurança, incluindo gerenciamento de usuários e senhas, auditoria e gerenciamento do ciclo de vida de certificados;
  • Instant Clone (VMFork) aumenta em 10x o desempenho na clonagem de VMs;
  • Melhorias de desempenho e usabilidade no Web Client (extremamente necessárias, por sinal :);
  • Melhorias no High Availability (HA), Dynamic Resource Scheduler (DRS), Site Recovery Manager (SRM), vSphere Replication, VSAN, dentre outras que poderia ficar horas descrevendo aqui.

A visão de futuro da VMware

Transcrevi a seguir, em tradução livre, um texto excelente do Michael Weber, do Long White Clouds, que entendo ser muito útil para ajudar a compreender a visão de futuro da VMware. Confiram abaixo.
Enquanto um monte de pessoas (eu incluído) estão animadas sobre as questões técnicas do lançamento vSphere 6, há algo muito mais fundamental sobre esta versão. Alguns destaques técnicos incluem clusters de 64 nós, 8000 VMs por cluster, 480 processadores, 12 TB de RAM e 2048 VMs por host, 128 vCPU e 4TB RAM por VM, SMP FT (até 4 vCPU), aprimoramentos para NIOC, VVOLs, melhorias SIOC, e muito mais. 
A razão pela qual esta versão é mais fundamentalmente importante está relacionada com a mesma razão que a Amazon com AWS passou de um nada a líder de mercado. Não é apenas sobre a tecnologia, mas o que a tecnologia permite, mudando o modelo de negócios, reduzindo o atrito, permitindo flexibilidade. O que pode parecer um recurso relativamente pequeno na superfície tem o potencial de mudar a paisagem do mercado de nuvens híbridas baseadas em SDDC. Se você gostaria de saber mais sobre isso, e tudo mais de bom que vem como parte do lançamento do vSphere 6, continue lendo.

VMware está prestes a lançar a versão mais recente do produto vSphere no que eu prevejo que será um momento decisivo para a era Mobile / Cloud. Pela primeira vez, você vai ser capaz de migrar "ao vivo", sem qualquer interrupção, entre datacenters de nuvem privada, para a nuvem pública, em longa distância, numa verdadeira nuvem híbrida e 
datacenter definido por software. 
Você será capaz de implementar a melhoria da qualidade de serviço para todas as aplicações com garantias adicionais de SLA, e escala para níveis sem precedentes. Tudo isso ao mesmo tempo reduz as despesas gerais de gestão e a complexidade de todo o ecossistema. Com políticas que seguem as máquinas virtuais e aplicativos virtuais, independentemente de onde eles estão localizados fisicamente. 
Esta versão precisou de um tempo maior, e por um bom motivo. Há um grande compromisso com a qualidade do produto, o que foi evidenciado pelo primeiro beta público da história do VMware vSphere. Este é um lançamento importante, e é bem merecedor do número de versão 6.0. Muito trabalho duro foi aplicado neste lançamento por milhares de pessoas. Eu pude testar um monte de funcionalidades durante o beta e foi ótimo poder contribuir para o produto. 
Então, por que eu acho que este é um momento de definição? O mundo está mudando com a explosão maciça de smartphones e as aplicações que os suportam. Muitos milhões de usuários estão exigindo seus aplicativos onde e quando quiserem. Os aplicativos precisam ser capazes de escalar maciçamente e sob demanda, e mover-se para onde quer que possa fazer sentido. 
Anteriormente, migrar cargas de trabalho a partir de uma nuvem privada ou SDDC privada para um provedor de nuvem e suportar uma nuvem híbrida, era necessário que os sistemas sendo migrados fossem desligados. Você poderia migrar modelos e fazer ajustes depois, mas isso não é exatamente o mesmo que ser capaz de migrar dinamicamente "ao vivo" qualquer carga de trabalho de seu datacenter para a nuvem sem qualquer tempo de inatividade ou interrupção, e através de longas distâncias. 
Se você realmente queria entregar cargas de trabalho em nuvem e as cargas de trabalho móveis em escala, elas deviam ser escritas para um ambiente de nuvem particular. Então você estava preso em um Hotel Califórnia, onde você pode fazer o checkout, mas nunca pode realmente sair. 
Esta é a diferença fundamental, e a mudança tecnológica fundamental que é potencialmente habilitada pelo vSphere 6, que por sua vez vai quebrar os atuais paradigmas de negócios e modelos atuais. 
As melhorias no VMware vMotion têm o potencial de mudar a maneira como as organizações mantém seus datacenters, aplicações e interagem com os prestadores de serviços em nuvem. É possível migrar cargas de trabalho entre diferentes nuvens sob demanda, com base em regras e políticas de negócios, desde que se baseiem em vSphere 6. 
Então de onde vem a comparação com o Amazon AWS ? A razão pela qual eu acredito que o AWS se tornou bem sucedido, não é por causa da tecnologia, mas porque ele mudou o modelo econômico e de negócios de consumo de infra-estrutura. 
Ela reduziu o atrito, transformou tudo sob demanda, e entregou a equipes de desenvolvimento e aplicações, de uma forma transparente. Com as melhorias do VMware vMotion, permitindo migração entre diferentes servidores vCenter e Longa Distância, provedores de nuvem de serviços podem fornecer ainda menos atrito, sob demanda,  e executar qualquer tipo apropriado de serviço em qualquer lugar. 
Algumas das tiranias da rede e migração em tempo real estão sendo demolidas. Isto pode mudar a maneira que infra-estrutura é consumida e tornar mais fácil para as equipes de aplicativos entregá-los. Mas isso precisa ser misturado com uma construção comercial que os suporte. 
No VMworld em 2014 Bill Fathers, pai do vCloud Air, informou que cerca de 6% das cargas de trabalho eram executadas em ambientes de nuvem. Eu acredito que parte da razão é por causa da dificuldade em migrar cargas de trabalho para a nuvem, e entre diferentes nuvens, sem interrupção, e sem ter que mudar os aplicativos subjacentes. 
Com as mudanças que VMware está começando a entregar a partir de vSphere 6, isso poderia rapidamente mudar a adoção de nuvens compatíveis com VMware. Ainda há muito a fazer em termos de rede, que ainda é uma das barreiras para a nuvem, mas é um longo caminho.
Logo você vai estar dimensionando cargas de trabalho sob demanda para apoiar os milhões de usuários móveis e migrando cargas de trabalho para a nuvem de sua escolha, quase em qualquer lugar do mundo. 
Estive recentemente na Conferência de Usuários VMware em Singapura (VMUG) e ouvi um dos meus colegas, Scott Drummond , falar sobre cloud e localidade. Localidade é importante porque há diferenças de ordens de grandeza computacional conforme os usuários estejam mais longe de seus aplicativos e dados. 
Como isso se relaciona com o lançamento do VMware vSphere 6.0 e vCenter vMotion ? O outro lado do vMotion longa distância é que agora será possível migrar cargas de trabalho sob demanda, mais perto de onde os usuários estão, especialmente quando começamos a ver os serviços em nuvem se tornarem mais locais, e mais miniaturizados ao longo do tempo. 
Palavra final 
À primeira vista, vMotion através de vCenters e longa distância pode não parecer revolucionário. Quando você coloca tudo isso no contexto da nuvem híbrida e SDDC que a VMware tem construído há mais de 5 anos, é mais fácil ver que isso realmente proporciona uma mudança fundamental na forma como os recursos de infra-estrutura podem ser usados. Não vai demorar muito para que a migração de VM aconteça como representado na imagem acima. Que novas possibilidades isto vai abrir para as empresas? Que impactos isso terá na soberania de dados?...

Conclusão

Mais uma vez a VMware traz, mais que uma nova versão, uma onda de inovação, embora a concorrência esteja apertando, como demonstra o crescimento da nuvem Windows Azure da Microsoft, sem falar na líder Amazon, que também não para de inovar.

Entre as duas novidades concorrentes, volumes virtuais e vMotion de longa distância, tendo a concordar com o Michael Webster que a possibilidade de migrar suas cargas de trabalho para a nuvem sem interrupção é algo incrivelmente poderoso e, como dizem os gringos, pode ser um recurso "Game Changer", pois torna mais simples do que nunca o processo de adoção da nuvem para o legado, algo que sempre foi o "calo" de muitas empresas.

Lembro quando conversava com especialistas de um dos poucos datacenters "respeitáveis" que restaram na Bahia e eles temiam quanto à virtualização do cluster Microsoft. Imagine que no futuro eles poderão migrar este cluster pra nuvem de maneira simples e transparente. Fantástico!

Por isso, penso que SIM, o vSphere 6 muda tudo!

E você ? O que achou das novidades ? Quer saber mais e aprender a usá-las ?

Referências

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